quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ANTES DE ALFABETIZAR.... É PRECISO FAZER A SONDAGEM

Nos primeiro dias de aula o professor alfabetizador tem uma tarefa imprescindível: descobrir o que cada aluno sabe do sistema de escrita, é a chamada sondagem inicial, ou seja, o diagnóstico da turma. Essa sondagem permite identificar quais hipóteses sobre a língua escrita as crianças têm , e com isso adequar o planejamento das aulas de acordo com as necessidades de aprendizagem. Permite também uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição da base alfabética  e a definição da parceria de trabalho entre os alunos.
O ideal é que essa sondagem seja feita individualmente, só o professor e o aluno, que deve tentar escrever algumas palavras e uma frase ditada pelo professor.
O ditado deve ser iniciado por uma palavra polissílaba, seguido por uma trissílaba, de uma dissílaba, e por último uma monossílaba.
Após a lista, é preciso ditar uma frase que envolva pelo menos umas das palavras já mencionadas, para ver se aluno volta a escrevê-la de forma semelhante, ou se a escrita da palavra permanece estável, mesmo num contexto diferente. Terminando o ditado é imprescindível que a criança leia o que escreveu.
Adote sinais:fazer uma marcação no texto produzido é útil para registrar como o aluno lê o que escreve,e se ele se detém ou  não em cada letra
Por meio da interpretação dela sobre a própria escrita, é que se pode observar se ela estabelece ou não, relações entre o que lê em voz alta, ou se lê aleatoriamente.
O professor deve anotar em uma folha a parte com ela faz a leitura, se aponta com o dedo cada uma das letras, se associa aquilo que fala á escrita, etc.
Se o aluno escreveu LGA para o ditado da palavra MARTELO e associou cada uma das sílabas a uma das letras, é necessário registras abaixo a relação de cada letra com a sílaba.
Há duas maneiras de fazer esse registro, usando marcação com sinais que indique quais as associações feita pela criança:
L G A
(mar) (te) (lo)
 Ou ainda:
L G A 
|   |   | 
É possível que o aluno utilize muitas e variadas letras, sem que tenha qualquer relação com a palavra falada. Nesse caso se ele ler sem marcar cada uma das letras, é necessário anotar o sentido que ele usou nessa leitura.
L P E D I A M


Esse tipo de marcação é importante, pois permite observar com mais clareza a hipótese que a criança tem, e posteriormente, os avanços que ela obtém ao longo do ano .

As quatro hipóteses
Segundo pesquisadores, na tentativa de compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaborrm verdadeiras "teorias" explicativas que se desenvolvem em : pré-silábicas, silábicas, silábicas-alfabéticas e alfabéticas, são as chamadas hipóteses.
 Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação da fala tem hipótese pré-silábica.Veja o exemplo da aluna Adriele:

Quando a escrita representa uma relação de correspondência termo a termo entre a grafia e as partes do falado, a criança  encontra-se na hipótese, silábica. por exemplo;
Essa etapa pode ser dividida em dois níveis; o primeiro chamado silábico sem valor sonoro,quando ela representa cada sílaba com uma letra qualquer sem  relação com o som que ela representa.
E no segundo nível, silábico com valor sonoro,  onde há um avanço e cada sílaba é representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.

A hipótese silábico-alfabético corresponde a um período de transição, no qual a criança trabalha simultaneamente com as duas hipóteses, a silábica e a alfabética, hora ela escreve atribuindo cada sílaba a uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas. 
Veja o exemplo do aluno Pedro:
Quando a escrita representa cada fonema com uma letra, diz- se que a criança encontra-se na hipótese alfabética.
Aqui o mesmo aluno Pedro algum tempo depois, já alfabético
O professor deve realizar a primeira sondagem no início do ano letivo, e depois ao fim de cada bimestre, mantendo um registro do processo de evolução, das hipóteses de cada criança. 
As sondagens bimestrais são importantes também por representarem dispositivos de acompanhamento das aprendizagens para os pais.
É por meio das sondagens e da observação cuidadosa e constantes das produções dos estudantes durante o ano, que se pode saber em que momento se encontram cada um, se sua abordagem e rotina estão funcionando, qual a expectativa razoável de evolução para os que ainda se encontram em hipóteses mais primitivas, e como ajustar o planejamento do trabalho para que, ao fim do ano letivo, todos estejam alfabetizados.
 AGORA AVALIE SE VOCÊ SABE FAZER O DIAGNÓSTICO DOS ALUNOS









E FAÇA O TESTE!!!

 fonte: revista Nova escola, edição especial Alfabetização

Postagem de: Adriana Ribeiro da Silva no. 02